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Teste Completo – Smart #1 Brabus

Teste Completo – Smart #1 Brabus
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“Para algo completamente diferente”

 

Outrora conhecida pelas suas propostas citadinas, a smart foi uma das primeiras marcas automóveis a assumir a eletrificação total da sua gama. Agora, com o smart #1, o seu primeiro modelo desta nova era, a marca “abre as portas” para uma vida para lá da cidade, oferecendo uma proposta mais familiar, sem perder a originalidade que lhe é conhecida. Para este primeiro “Teste Completo” esteve presente o #1 Brabus, juntando a essa originalidade, performances que merecem respeito.

Exterior

O original smart, lançado no ano 2000, contava com um comprimento de 2.500mm. Agora, o smart #1 incrementa esse valor em 1.800mm. Ou seja, para além de oferecer um maior espaço interior, conta igualmente com mais área para deixar a sua “marca” no capitulo do design, de forma o seu cativar o público-alvo, seja aquele que está nos passeios, ou outros que estão a bordo dos automóveis que connosco partilham a estrada.

E isso é bem conseguido pelas suas linhas, nesta proposta que é, por enquanto, a de entrada no universo smart. As linhas fluídas e suaves, sem vincos pronunciados, aproximam-se da filosofia de um pequeno SUV, graças a elementos plásticos de contraste, bem como as suas próprias proporções. Essas estão bem conseguidas, garantindo ao #1 uma sensação de robustez, que é conseguida tanto devido às suas dimensões, mas igualmente graças a alguns “truques” de design.

Esses estão presentes em muitas partes da carroçaria. Na dianteira e traseira, os grupos óticos para além de dotarem ao modelo uma imagem mais reconhecível à noite, ajudam também a aumentar a sua sensação de largura. A linha de cintura plana, mas elevada, contrasta com a linha inferior plástica que ascende e lhe dá uma imagem de maior dinamismo, bem notória neste Brabus. O ponto de maior destaque no exterior é mesmo o seu tejadilho “suspenso”, que pode assumir um tom diferente da restante carroçaria, voltando uma vez a não esquecer a originalidade que está no cerne da marca.

Como referido acima, o #1 Brabus é o mais desportivo da gama, contando por isso com elementos exclusivos. Para começar, este conjunto de cores (Cyber Silver/Radiant Red) só pode ser encontrado nesta versão, assim como as jantes Dínamo de 19’’. Os para-choques são também distintos, bem como as “entradas de ar” no capot, que o diferem dos outros smart #1.



Interior

No seu interior contamos com uma boa apresentação, assim como uma elevada qualidade, unindo o minimalismo com o design, sem cair em exageros. A posição de condução é correta e capaz de amplos ajustes, enquanto a visibilidade sai beneficiada pelos pilares B mais estreitos e verticais.

À frente do condutor, contamos com um estreito painel de instrumentos, de fácil leitura, assim como um sistema Head-up Display que está disponível de série nesta versão Brabus, o que comprova o bom equipamento deste smart #1.

O sistema de infotenimento, com uma dimensão generosa de 12,8’’ é um dos principais motivos de destaque cá dentro, que para além do seu tamanho é ainda capaz de apresentar uma boa resposta aos toques, assim como uma organização correta. Contudo, os comandos da climatização estão também aqui escondidos, o que poderia ser mais fácil de estivessem num local dedicado. O modelo conta ainda com a capacidade de permitir a utilização de Apple CarPlay e Android Auto, sem fios.

Ainda sentados nos assentos dianteiros, podemos realçar os bons espaços de arrumação, que são, na sua maioria, fechados.

O espaço a bordo é outra das suas grandes vantagens, muito graças a uma distância entre eixos que é quase a mesma do que o smart original apresentava no seu comprimento total. Existe um bom espaço atrás para a cabeça e para as pernas, embora que em largura seja melhor para sentar apenas dois adultos. O modelo conta ainda com bancos traseiros versáteis, capazes de deslizar e inclinar, para maior conforto dos passageiros, mas também para gerir melhor a capacidade da bagageira.

É aí que o smart #1 fica um pouco atrás dos seus rivais, já que na posição mais “relaxada” para os passageiros traseiros, apresenta apenas 273l de capacidade, que podem subir até aos 411l caso se utilize o máximo do espaço. No entanto, a abertura da bagageira é elétrica, existe um alçapão para guardar os cabos ou outros objetos debaixo do piso, assim como existe um “frunk” de 15l na dianteira.

Nesta versão Brabus, contamos com bancos com a assinatura da preparadora no encosto de cabeça, assim como a junção entre a pele sintética e o suede, que lhe confere uma imagem mais desportiva, assim como um maior “grip” nas curvas, evitando que o nosso corpo deixe de estar na posição correta.



Condução

Esta versão é a mais indicada para quem procura performances. Com 315kW (428cv) de potência e um binário de 543Nm, o smart #1 Brabus é uma proposta que se coloca no topo do seu segmento. Mas, antes disso, vamos focar-nos no conforto oferecido por este modelo – porque uma família não vive só das performances – bem como na sua facilidade de utilização.

Sobre o primeiro, o smart #1 consegue oferecer uma boa dose, principalmente em estradas com bom piso, sentindo-se bem plantado e até parecendo maior do que realmente é, no entanto, em pisos mais degradados, nota-se um pouco as irregularidades. O #1 mostra-se sempre bastante reactivo face aos inputs que lhe colocamos, com uma boa afinação da direção, assim como uma assistência correta, o que em conjunto com um rolamento de carroçaria controlado o tornam “refinado” de conduzir.

A facilidade de utilização é evidente, seja pelos seus comandos, seja pela visibilidade que já tínhamos referido acima. Os modos de condução permitem escolher entre uma toada mais calma ou aproveitar toda a potência. Já em termos de recuperação de energia, existem apenas dois modos, algo que poderia ser melhorado numa renovação do modelo, assim como possível de ser mais facilmente selecionado.

Quanto à dinâmica desta versão, podemos dizer que o #1 Brabus é para ser conduzido de uma forma despachada, mas não perto do limite. Já que o seu peso de 1900kg nota-se, fazendo com que a suspensão tenha demasiado trabalho em manter tudo nos eixos e com a compostura que pretendemos. A tração integral é uma preciosa ajuda, já que permite colocar a potência no chão de forma eficaz. Os sons que podemos eleger (ou desligar) para animar os nossos momentos de condução mais animados, conseguem ajudar a transmitir mais emoção à condução. A travagem aguenta este andamento mais vivo, embora o tato do travão não seja sempre fácil de ler. E para quem gosta de saber números, os 0-100km/h são cumpridos em 3,9s, enquanto a velocidade máxima é de 180km/h.

Em termos de consumos, ficámos agradados positivamente por este “elétrico desportivo”, ao conseguir apresentar consumos comedidos, fazendo pensar o que uma versão mais contida de potência oferecerá neste capítulo. Num percurso de teste, em circuito misto, alterando entre o modo mais económico e o normal, a média foi de 15,3kWh/100km, com este #1 Brabus a terminar os seus dias connosco com um valor de 17,8kWh/100km. Estes valores significam uma capacidade de atingir 405km sem necessidade de recarregar a bateria de 62kW, no caso da média mais reduzida.

Para isso, a smart dá a possibilidade em AC até 22kW, o que é já um bom valor, permitindo que se “encha” a bateria em três horas. Quanto ao carregamento rápido, pode ser feito até 150kW, o que se traduz em 30 minutos para ir dos 0 aos 80%.



Conclusão

Nesta sua “nova vida”, a smart prova estar a adotar uma estratégia inteligente, mantendo o seu design original e a jovialidade que a caracteriza, unindo isso a uma maior capacidade familiar, um interior agradável e bem construído, assim como uma escolha elétrica vasta que pretende abranger vários tipos de clientes, prova disso são os preços que começa nos 34.450€. O #1 Brabus, mais dispendioso (49.950€) é mesmo para quem pretende um “campeão dos semáforos”, com uma imagem mais desportiva.

A gama conta ainda com #3, que traremos em breve e prepara-se para receber o #5.
Será que teremos uma surpresa com o #2…?

Rodrigo Hernandez Fundador e Director Editorial, criou o MotorO2 em 2012 devido a uma tremenda vontade de escrever acerca da sua grande paixão: os automóveis! Paixão essa que existe mesmo antes de falar, já que a sua primeira palavra foi a de uma conhecida marca de automóveis. Sim, a sério!