
“Continuar o sucesso”
Para a Volkswagen (e para a grande maioria das marcas automóveis), o sucesso de uma família SUV é essencial para um bom número global de vendas. Sabendo disso, a marca renovou o importante T-Cross, modelo que em 4 anos de carreira já encontrou mais de 1,3 milhões de clientes. Sem arriscar, a marca tornou o modelo mais apetecível para mais alguns anos de mercado.
Teste à versão R-Line equipada com o motor 1.0 TSI de 115cv e transmissão DSG de sete velocidades.
É fácil ver as diferenças deste novo Volkswagen, mesmo que elas não sejam “enormes”. Isso é algo que a Volkswagen sabe fazer bem, modernizando os seus modelos, sem correr riscos desnecessários. No caso do T-Cross, essas pequenas diferenças unem-se para atualizar um modelo de importante volume.
Portanto, enumerando algumas delas, os para-choques contam com novo desenho, nomeadamente neste mais desportivo R-Line; os elementos LED ganham importante destaque, na dianteira unindo ambos os faróis (como no T-ROC e no Taigo), assim como atrás, com um efeito em “X” nos farolins traseiros, unindo-os igualmente, conferindo uma mais impactante assinatura luminosa à noite, ao mesmo tempo que ajuda a garantir uma maior sensação de largura a este SUV de segmento B.
Ainda no exterior, é impossível não notar a nova cor Amarelo Grape, que faz muito por esta unidade, dotando-a de uma jovialidade extra, em conjunto com as jantes de 18’’ polegadas exclusivas desta versão, dona de uma estética mais desportiva.
No interior encontramos igualmente diferenças importantes e bastante notórias. No geral, a parte superior do tablier foi renovada, com o sistema multimédia a estar agora numa posição independente e em destaque, com uma dimensão de 9,2’’, o que em conjunto com o Digital Cockpit Pro de 10’’ polegadas, elevam a digitalização a um outro nível. A apresentação melhorou com materiais mais cuidados, nomeadamente na faixa em “pele” que percorre a parte superior deste tablier. Mais abaixo, os comandos da climatização são “emprestados” pelo seu irmão nascido em Palmela, com elementos touch, de fácil utilização, ainda que, por vezes, obriguem a desviar o olhar da estrada.
O volante conta igualmente com um novo desenho, com a Volkswagen a não ter cometido um excesso de utilização de elementos hápticos, ou seja, conta aqui com botões físicos. Nesta versão R-Line contamos com bancos em pele e Alcantara, mais envolventes, assim como um tejadilho em preto.
Em termos de espaço, mesmo que o T-Cross conte com dimensões exteriores comedidas (4,127mm), este Volkswagen consegue sentar de forma confortável (para a média do seu segmento) quatro adultos, contando ainda com a particularidade de poder mover o banco traseiro longitudinalmente até 140mm, o que permite um ajuste no rácio “espaço para as pernas ou para a carga”, fazendo com que a volumetria da bagageira varie entre os 385l (na posição mais espaçosa) até aos 455l de capacidade.
Existe ainda a outra particularidade de ser possível rebater o encosto do assento do passageiro de forma a garantir um espaço de transporte de objetos mais longos (até 2,40m).
Passando para a condução, a gama T-Cross está disponível com o motor 1.0 TSI com dois níveis de potência (95 ou 115cv), com esta unidade a contar com o mais potente, sendo igualmente o único disponível para a versão R-Line, estando somente disponível com a transmissão DSG de sete velocidades.
Este conjunto já é bem conhecido e chega perfeitamente para as aspirações deste modelo, conseguindo um andamento interessante, aliado a um conforto providenciado por uma transmissão deste tipo, que conta ainda com as patilhas de seleção montadas atrás do volante.
Traduzindo em números, são precisos 10,3s para atingir os 100km/h, com uma velocidade máxima de 192km/h. Mas números mais importantes referem um consumo homologado de 5,8l/100km, que na prática (e após 420km) ficaram em 6,2l/100km, o que está ajustado face à sua concorrência, graças a uma sétima relação que ajuda a manter as rotações num nível mais reduzido nas vias mais rápidas.
Em termos de comportamento, o Volkswagen T-Cross revela-se neutro nas suas reações, optando antes por ser um automóvel simples e ágil de conduzir. A posição de condução elevada ajuda a uma boa visibilidade, principalmente em trânsito citadino. Nesta atualização os elementos de ajuda à condução, nomeadamente os de segurança, foram aprimorados, destacando-se os faróis Matrix IQ. LED que estão disponíveis neste R-Line e que ajudam a tornar a noite “em dia”, com um ajuste automático do feixe de luz.
Já no que diz respeito aos preços, a gama começa nos 23.602€ para a versão Life de 95cv, com esta unidade em ensaio, que contava com mais de 1800€ em opcionais, a ascender aos 36.385€, um valor já perto do T-ROC, ainda que contem com diferentes opções ao nível do motor/transmissão.
Escolhas à parte, o Volkswagen T-Cross foi alterado onde mais precisava, estando agora mais “fresco” e ainda mais capaz de enfrentar o mercado, com a certeza de que estará na “shortlist” de quem procura um SUV de segmento B.