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Teste ao renovado Volkswagen Golf

Teste ao renovado Volkswagen Golf
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“Quem vê caras não vê corações”

 

Utilizado como “alvo a abater” pelos seus concorrentes de segmento, o Volkswagen Golf de 8ª geração foi renovado, no ano em que comemora o seu 50º aniversário. Para um primeiro teste ao renovado e importante modelo da marca alemã, estivemos ao volante da versão R-Line – com um cariz mais desportivo – e o motor 1.5 eTSI de 115cv, que quer conquistar pela poupança e polivalência.

Esteticamente o modelo de Wolfsburgo não foi alvo de uma revolução, mas sim de suficientes mudanças que lhe conferiram uma imagem distinta. Na dianteira contamos com novos para-choques e um logo que é agora iluminado durante a condução noturna, o que se une aos já conhecidos elementos LED que conectam os faróis com tecnologia LED Matrix.

No exterior encontramos igualmente a nova cor Azul Anemone, bem como as novas jantes Leeds de 18’’, uma das três possíveis de serem escolhidas como opção, já que de série, o Golf R-Line equipa com jantes de 17’’. Na lateral, o emblema R encontra agora lugar na extremidade da porta do condutor e passageiro.

Atrás, os novos farolins com luzes traseiras LED 3D e indicadores dinâmicos, fazem parte do pack IQ. Light LED Matrix, conferindo uma imagem mais distinta ao modelo, permitindo ainda escolher entre três animações de despedida ou acolhimento. O para-choques traseiro foi também alterado nesta renovação, não exibindo já as ponteiras de escape falsas.



Com um estilo exterior aprimorado, o interior contou igualmente com importantes diferenças.

Isto porque a marca alemã ouviu as críticas e fez um melhoramento em dois campos: software e comandos no volante. No primeiro, o ecrã central que pode agora assumir 12 ou 15’’ polegadas (o maior estava presente nesta unidade testada), conta agora com um novo software denominado de MIB4, mais fácil de utilizar, mais fluído e que permite igualmente escolher atalhos para um acesso mais rápido aos menus que mais utilizamos. Também os atalhos “slider” de volume e climatização estão agora iluminados. Em breve, este novo sistema irá contar com assistente vocal auxiliado pelo Chat GPT.

A outra alteração foi no volante, que passa a contar com botões físicos, deixando para trás os comandos hápticos que não eram do agrado de todos.

O modelo passou igualmente a contar com um ponto de carregamento por indução para o smartphone, com arrefecimento.

No interior, as principais diferenças do R-Line encontram-se nos revestimentos, nos bancos com maior suporte e encostos integrados, assim como no próprio volante mais espesso, ao estilo de um GTI…ou R.

No entanto, sendo um Golf, o espaço a bordo é suficiente para uma família, com uma posição confortável para quem vai ao volante. Atrás, confortável para dois adultos, podendo levar um extra no lugar central, ainda que o túnel no piso se faça sentir. Para colmatar, o ar condicionado é tri-zona e, quando esse lugar vai livre, o apoio de braço dá pontos extra no capitulo do conforto.

A bagageira conta com 381l de capacidade, uma boa volumetria, que conta igualmente com formas regulares e um bom acesso. Aconselhamos apenas a escolha pelo opcional da roda suplente, por menos de 100€, que aplaudimos ser ainda uma possibilidade neste Volkswagen.



Debaixo do capot contamos com o propulsor 1.5 eTSI com 115cv, o “e” significa que esta é uma solução “mild-hybrid” que está disponível somente com a transmissão DSG de sete velocidades. O motor “mil” é coisa do passado, com o grupo a dispensar o uso dessa solução no segmento C.

As suas prestações são honestas e acertadas face ao uso de um automóvel familiar. A transmissão DSG ajuda na cidade, sendo suave. Os 115cv conseguem um bom balanço entre as performances e os consumos, destaque para o segundo, já que graças a muita “roda livre” (modo da transmissão DSG que permite o Golf “rolar” com rotação zero), os consumos dificilmente ultrapassam os 6l/100km em percursos mistos.

Para além disso, o modelo passa a contar com um sistema preditivo, que se adapta ao transito e ao percurso, antecipando as travagens, algo que pode ser desligado, mas que ajuda tanto a reduzir consumos, como a tornar a condução mais confortável.

Dinamicamente é um Volkswagen Golf, ou seja, mais uma vez é uma proposta acertada, com um bom equilíbrio entre conforto e controlo de movimentos. O eixo dianteiro insere bem, com um comportamento maioritariamente neutro. Existe pouco rolamento de carroçaria e, só em mau piso, se nota um pouco a firmeza da suspensão, mas nunca chega a um ponto incomodativo. O tato do travão é bom, assim como o peso da direção.

Em conclusão, o Volkswagen Golf pode continuar a ser o ponto de comparação para muitos dos seus concorrentes, ao provar que por vezes o equilíbrio é o melhor que podemos ter. Os ajustes feitos nesta renovação são bem-vindos, principalmente no interior, tornando a sua utilização mais agradável. Esta solução “R-Line com 115cv” (o único propulsor disponível para esta versão) é o ideal para quem quer um estilo desportivo, mas que não quer os gastos de um automóvel desse tipo.

A unidade testada pedia em troca 47.662€, um valor algo elevado, mas que com algum cuidado com os opcionais se consegue reduzir, ou então se a imagem desportiva não for necessidade impreterível, a versão 50 Years, disponível até final do ano é bastante apetecível…

Rodrigo Hernandez Fundador e Director Editorial, criou o MotorO2 em 2012 devido a uma tremenda vontade de escrever acerca da sua grande paixão: os automóveis! Paixão essa que existe mesmo antes de falar, já que a sua primeira palavra foi a de uma conhecida marca de automóveis. Sim, a sério!