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Testámos o renovado Nissan Juke

Testámos o renovado Nissan Juke
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“O regresso do amarelo”

 

A reintrodução desta nova cor amarela é mais do que apenas uma nova tonalidade no catálogo, marca igualmente a renovação do crossover de segmento B da fabricante nipónica, assim como demonstra que a Nissan ouviu os seus clientes que pediam o regresso desta opção de personalização, que teve bastante sucesso na primeira geração do revolucionário modelo lançado em 2010. Mas mudaram mais coisas neste Juke para além da sua tonalidade…

Para descobrir, testámos o renovado modelo (em amarelo, pois claro) na nova versão N-Sport com o conhecido motor DIG-T de 114cv.

O Nissan Juke continua a ser um modelo que se destaca pelo seu aspeto exterior bastante original que conquistou uma legião de fãs, bem como seduziu novos clientes para a marca nipónica, na senda do sucesso conseguido pela primeira geração do Qashqai, alguns anos antes.

No exterior, não são notórias diferenças para além da cor Iconic Yellow, mas a versão N-Sport (outra das novidades) faz com que o modelo conte com elementos de contraste, como é o caso do tejadilho, grelha frontal e diversas inserções em preto. Cá fora o destaque vai igualmente para as jantes de 19’’, que oferecem uma imagem mais dinâmica a este modelo do segmento B.



No interior encontramos maiores diferenças nesta renovação de “meio ciclo”. O tablier conta com um novo desenho, sobretudo na secção central, onde se destaca o ecrã de maiores dimensões (herdado do Qashqai e X-Trail) e que esconde um novo sistema operativo, mais avançado e rápido de utilizar. A consola central conta igualmente com alguns ajustes, nomeadamente um apoio de braços mais amplo para maior conforto dos passageiros dianteiros.

As aplicações em amarelo dão outra vida ao interior, assim como conferem uma maior exclusividade. Sentados ao volante é também impossível não reparar no novo cluster 100% digital que eleva este Juke a um outro nível, podendo agora jogar de igual com muitos dos seus rivais de segmento.

Os bancos dianteiros (com encosto integrado) merecem também destaque, não só pela sua originalidade, mas pelo conforto garantido. As colunas integradas nos encostos são igualmente uma exclusividade no seu segmento, exibindo um sistema surround assinado pela Bose.

Em termos de espaço habitável para os passageiros traseiros, a proposta da Nissan coloca-se na média do segmento, não sendo apertado para as pernas, mas que se pode revelar algo baixo para passageiros com uma estatura mais elevada. A bagageira, embora de acesso elevado, apresenta uma boa volumetria de 422l, situando-se na metade superior do segmento.

Em termos de tecnologia, para além dos novos ecrãs que digitalizam mais o cockpit, o Juke conta igualmente com novos sistemas de segurança ativa, como o “Emergency Lane Keep”, que monitoriza constantemente a posição do Juke na estrada, ativando uma vibração no volante alertando o condutor, corrigindo mesmo a trajetória caso seja necessário. O leitor de sinais de trânsito é agora igualmente acústico, cumprindo com as novas normas da união europeia. O Juke passou a contar com uma camara traseira de ajuda ao estacionamento com uma melhor resolução.

O que não sofreu qualquer alteração foram as motorizações, com este Nissan a contar com o mesmo 1.0 DIG-T de 114cv e 200Nm, aqui em conjunto com a transmissão DCT (dupla embraiagem) de sete relações.

Estes valores são suficientes para “animar” uma proposta como este crossover japonês, já que o seu peso soma pouco mais de 1300kg, oferecendo igualmente um comportamento dinâmico interessante, graças a um acerto de suspensão mais firme e uma “pegada” generosa, graças aos pneus 225/45.



No entanto, como um crossover urbano que é, o melhor é testá-lo nesse local. A sua brecagem poderia ser melhor, obrigando por vezes a fazer mais algumas manobras do que poderia ser inicialmente previsto, depois a transmissão DCT embora funciona corretamente em andamento, “pega” de maneira fluída, obrigando a ter algum cuidado (e suavidade extra) com o acelerador para não arrancar com um solavanco, principalmente durante os estacionamentos.

Por outro lado, a sua posição de condução é correta e “vestimos bem” este Nissan Juke, que continua a ser uma proposta interessante para quem se quer destacar da multidão.

Em autoestrada, o Juke consegue percorrer distâncias de forma confortável e com uma boa estabilidade. Com o mesmo a acontecer em estradas mais retorcidas. Mesmo que esta não seja uma proposta desportiva, a transmissão DCT conta com patilhas de seleção, caso o condutor queira tomar as “rédeas” da ação utilizando o modo manual.

No final dos quilómetros percorridos ao volante deste Nissan, o consumo não ficou nos anunciados 6,2l aos 100km, mas sim em 7,6l/100km, um valor algo elevado, muito provavelmente devido a algumas hesitações da transmissão de dupla-embraiagem.

No entanto o Juke tem no seu estilo diferenciador, equipamento completo e um comportamento envolvente as suas mais-valias. Para quem procura consumos mais comedidos, existe o Juke Hybrid (que testámos antes desta renovação) que se mostrou bastante mais frugal.

Esta unidade em ensaio contava com um preço de 34.906€, numa gama que se inicia nos 23.350€ com este motor de 114cv, mas com transmissão manual de seis velocidades, no nível Acenta.

Rodrigo Hernandez Fundador e Director Editorial, criou o MotorO2 em 2012 devido a uma tremenda vontade de escrever acerca da sua grande paixão: os automóveis! Paixão essa que existe mesmo antes de falar, já que a sua primeira palavra foi a de uma conhecida marca de automóveis. Sim, a sério!