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Primeiro Contacto – Polestar 4

Primeiro Contacto – Polestar 4
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“Quebrar o Gelo”

 

A convite da Polestar fomos até Madrid para conhecer a nova “estrela” da gama. O Polestar 4 é um SUV Coupé pouco tradicional, que une o design típico da marca, com um amplo espaço interior. A tecnologia e a eficiência também não ficaram de fora…já o vidro traseiro, não podemos dizer o mesmo.

O Polestar 4 é um de três modelos que compõem a gama da marca, estando entre o Polestar 2 (que já conhecemos) e o Polestar 3, um verdadeiro SUV que conheceremos muito em breve.

Com um estilo “muito Polestar”, ou seja, muito clean, é dificil que o Polestar 4 não vá agradar à maioria, graças à sua elegância e boas proporções. Em termos de dimensões, este é apenas 60mm mais pequeno que o Polestar 3, mas que conta com uma distância entre eixos maior, assim como é mais largo e baixo. Aliás, o espaço interior foi de tal maneira importante, que é essa a razão primordial para não contar com a, até agora, indispensável janela traseira.

Mas antes, o exterior. A dianteira destaca-se por uma nova assinatura luminosa, denominada de Dual Blade. Enquanto a lateral assume a sua faceta coupé, já que o modelo foi desenvolvido desde raiz para ser isso mesmo. A traseira destaca-se pelo que já falámos acima, mas igualmente pela faixa luminosa horizontal, que lhe confere um elevado caracter e uma presença muito forte em estrada.



O interior é um verdadeiro exemplo de bom gosto e de qualidade, que se alia à tecnologia. O ecrã central de grandes dimensões é o destaque e o “cérebro” de muitas das funções, com a Polestar a não se esquecer que é necessário um painel de instrumentos, de fácil leitura e capaz de ser personalizado, bem como um head-up display. O interior conta ainda com verdadeiras poltronas, que podem assumir diferentes estilos. A iluminação interior é baseada nos planetas do sistema solar (ao invés das soluções RGB de outros construtores). Por falar em iluminação, o tejadilho em vidro “anula” em muito a sensação de falta de vidro traseiro.

Sentados atrás, o espaço é verdadeiramente evidente, assim como o conforto, com os bancos a poderem reclinar. A ausência de vidro traseiro pode não agradar a todos, mas numa questão pessoal, a sensação acolhedora marcou pontos em quem vos escreve. Ah! E a razão para ausência do vidro é que o pilar C é mais recuado e inclinado para dar mais espaço para a cabeça, pelo que o vidro, se existisse, seria de muito pequenas dimensões, razão pela qual a Polestar o substituiu por uma câmara. Em termos de bagageira, contamos com uma capacidade de até 526l de capacidade, com a possibilidade de rebatimento dos bancos, aumentando esse valor até aos 1536l.



Ao volante

A nossa viagem começou ao volante da versão mais emocional, o Polestar 4 Long Range Dual Motor Performance Pack, que com tração integral e uma potência de 400kW (544cv) e um binário de 686Nm é capaz de andamentos vivos e um arranque dos 0-100km/h em menos de 4 segundos (3,8s para ser mais preciso).

As ligações ao solo especificas, assinadas pela Öhlins e um sistema travagem aprimorado e de grandes dimensões Brembo, fazem com que este Polestar 4 seja um “míssil” familiar. No entanto, na longa tirada feita, o conforto foi um dos pontos de assinalar, assim como a boa insonorização a bordo. Esta versão, promete uma autonomia de até 590km com uma carga, graças a uma bateria de 100kWh (94kWh úteis), a mesma utilizada em toda a gama Polestar 4.

Claro que num primeiro contacto, não nos focámos somente nisso. Num trajeto combinado entre autoestrada e estrada de montanha, o valor ficou em 21,4kWh/100km. Não é mau, tendo em conta que contámos com 544cv de potência sempre à disposição…

Prometemos num contacto mais extenso descobrir qual será o seu verdadeiro consumo, desta versão que se inicia nos 73.700€, com o Pack Performance a pedir 4.500€ extra.



Para o regresso optámos pela versão que será, certamente, a mais escolhida pelos clientes nacionais. O Long Range Single Motor utiliza um motor elétrico, montado atrás, o que lhe confere a tração traseira, com 200kW (ou seja, 271cv), o que em conjunto com um binário de 343Nm é mais do que suficiente para uma utilização diária.

Aqui o conforto é ainda mais evidente, graças a umas jantes mais “pequenas”, mas que ainda contavam com 21’’ polegadas na unidade testada. Por ter sido pensado para viajar, a longa “tirada” de autoestrada pareceu apenas uma curta viagem. No limite da velocidade máxima permitida em Espanha, o valor ficou abaixo dos 19kWh/100km, o que demonstra que a eficiência não foi, de todo, deixada para trás.

Em termos de carregamento, o Polestar 4 permite uma velocidade máxima de até 200kW em CC, ou seja, 30 minutos para ir dos 10 aos 80%, enquanto em CA, a velocidade pode ascender até aos 22kW, carregando totalmente a bateria em 5h30.

Ah! E a falta de vidro traseiro? Exige habituação, já que a nossa vista tem que nos habituar a uma visão 2D de um ecrã, assim como próprio retrovisor deveria estar um pouco mais recuado para tornar a operação mais natural. No entanto, aplaudimos a Polestar por não fazer o mesmo com os espelhos retrovisores exteriores.

Primeiras conclusões

O Polestar 4 é um automóvel que nos desperta interesse e vontade de o voltar a conduzir. E isso é, desde já, positivo. A falta de vidro traseiro é uma aposta arriscada, que poderá afastar alguns clientes, mas a sua vantagem no espaço a bordo é inegável, assim como ajudou a moldar um exterior mais belo e aerodinâmico. O primeiro conquista e o segundo faz ir-nos mais longe.

O interior é um bom exemplo de qualidade e escolha de materiais, enquanto a digitalização nos obriga a alguma habituação. Mas uma opinião final, tal como o espelho interior digital e os consumos, ficam para breve, quando o Polestar 4 passar alguns dias connosco.

Rodrigo Hernandez Fundador e Director Editorial, criou o MotorO2 em 2012 devido a uma tremenda vontade de escrever acerca da sua grande paixão: os automóveis! Paixão essa que existe mesmo antes de falar, já que a sua primeira palavra foi a de uma conhecida marca de automóveis. Sim, a sério!