
“Companheiro de voltas”
Depois de um primeiro teste com o Mitsubishi Colt na sua versão Lauch Edition com a motorização gasolina de 90cv, voltámos ao volante do modelo de segmento B da marca japonesa para testar a sua versão de entrada, Kyoto de 65cv.
Mas não se engane, pode ser de entrada, mas não falta nada de essencial a este Colt.
Já por aqui explicámos a razão deste Mitsubishi ser muito parecido a um modelo de uma marca francesa, na altura que testámos o Lauch Edition. Em termos de diferenças, o Kyoto não conta com jantes de liga-leve, mas sim embelezadores de roda de 15’’, assim como uma ausência de cromados em redor dos vidros. De resto, não existem muito mais diferenças, até mesmo os faróis contam com tecnologia LED. O nome Kyoto é visível no portão da bagageira, numa proposta que pode ser eleita em uma de 5 cores diferentes, o Arctic White é a pintura sem custo extra.
No interior, uma boa apresentação, onde não nos sentimos num modelo base. É verdade que não é o automóvel mais premium que por aqui trazemos, mas pelo preço que esta versão nos pede em troca – algo que direi mais à frente – esperávamos inicialmente menos. Os bancos são confortáveis, enquanto o equipamento não exibe falhas, não faltando de série soluções como o ar condicionado automático, cruise-control com limitador de velocidade, sistema de acesso e arranque sem chave, painel de instrumentos e sistema multimédia com 7 polegadas, Apple CarPlay e Android Auto sem fios, câmara de estacionamento traseira e até o carregador Wireless para smartphone!
Espaço está acima da média numa proposta deste segmento, já se conhecendo que este modelo (e o seu primo francês) é suficientemente espaçoso para quem vai atrás. A bagageira de 340l de capacidade também é suficiente, ainda que não inclua uma roda suplente.
Debaixo do capot está a principal diferença face ao Colt que já tínhamos ensaiado. Aqui, no Kyoto, contamos igualmente com um motor 1.0l, mas sem auxílio de turbo, o que faz a sua potência passe dos 90cv para os 65cv e um binário máximo de 95Nm, geridos por uma transmissão manual de 5 velocidades (em vez de 6 da motorização com turbo).
Portanto, não se pode esperar que este Colt Kyoto seja um corredor de fundo, é antes um companheiro pensado para a cidade idealmente, tal como pode ser visto por uma aceleração dos 0 aos 100km/h que demora 17,1s e uma velocidade máxima homologada de 160km/h.
No entanto, o modelo revela-se ágil, com um bom equilíbrio de chassis e um conforto geral positivo, conseguindo ser suficientemente despachado na condução urbana, notando-se mais essa falta de “pulmão” em ultrapassagens ou vias de aceleração.
Se por um lado temos esse “handicap”, por outro temos os consumos baixos, que é algo que todos queremos, sendo bastante fácil conseguir valores entre os 5,0 e os 5,4l/100km sem qualquer tipo de problema, mesmo em autoestrada, estabilizando sem problema a velocidade.
A sua grande vitória está no preço, que mesmo com um equipamento completo, não chega a atingir a barreira dos 19 mil euros, com um preço desde 18.450€ (18.940€ da unidade ensaiada com o opcional de pintura metalizada).
Em jeito de conclusão, o Mitsubishi Colt Kyoto pode ser o que muitos condutores citadinos procuram, oferecendo um interior suficientemente espaçoso, confortável e bem equipado, com uma motorização que embora não entusiasme os mais audazes, consegue oferecer consumos baixos. Uma aposta “em conta”, num automóvel que oferece ainda cinco anos de garantia, para que os custos estejam sempre assegurados.