
“Tiro de partida”
A gama da Audi vai mudar bastante nos próximos tempos, com os números pares a serem elétricos e os ímpares a serem térmicos. O Audi Q6 e-tron é, por isso um 100% elétrico que, segundo os responsáveis da marca, dará inicio à maior revolução na história da marca.
Nós, estivemos a conhecê-lo bem perto, ainda de forma estática.
A Audi está a atravessar uma bem-vinda mudança na sua gama, que demonstrava já algum peso dos anos e dificuldade para competir com as suas concorrentes, o que ficou provado pelo decréscimo das vendas na Europa (8,1%). No entanto, os elétricos da marca estão em crescimento, ainda que uns “envergonhados” 1,3%. E isso, é um bom indicador, principalmente porque a gama da Audi (também nos elétricos) estava, até agora, cingida a apenas 3 modelos: Q4 e-tron, Q8 e-tron e e-tron GT, com este último a não ser um automóvel de massas.
Com o Q6 e-tron a marca pretende ser uma referência no que diz respeito aos automóveis premium 100% elétricos.
Para começar, o novo Q6 e-tron estreia a plataforma PPE (Premium Platform Electric) que será a nova base de diversos modelos elétricos dentro da esfera do Grupo Volkswagen, graças à sua modularidade dimensional. Esta plataforma que foi um investimento avultado, conta com uma arquitetura de 800V.
Com um estilo exterior evolutivo, que mescla as linhas do Q4 e-tron e Q8 e-tron, o novo Q6 e-tron, pensado para a Europa, coloca-se entre esses dois modelos em termos de dimensões, com 4,77m de comprimento, menos 13cm que o maior e mais 19cm que o mais curto. Por fora, para além da grelha Singleframe fechada, são os faróis com Matrix de LED que mais se destacam, podendo assumir oito diferentes assinaturas lumiosas, também atrás são possíveis de serem personalizados (tecnologia OLED) e até alertar os outros condutores em situações de perigo.
Para personalização, existem 8 diferentes cores e 9 estilos de jantes, que podem ir das 19’’ às 21’’ polegadas.
Por dentro é “todo um mundo novo”. Muito digitalizado, o interior do novo Audi Q6 e-tron destaca-se pelos dois ecrãs que se unem, o do painel de instrumentos com 11,9’’ polegadas e o MMI que foi totalmente revisto, com 14,5’’. Aliás, este Q6 e-tron chegou um pouco mais tarde ao mercado devido ao aprimoramento deste novo software, que segundo a Audi será uma verdadeira evolução, permitindo ainda atualizações Over-The-Air.
Outra novidade está em frente ao passageiro dianteiro, com a opção deste modelo contar com um terceiro ecrã, também tátil, que permite tanto entreter durante as viagens (ficando invisível para o condutor) ou então permitir que o passageiro se torne num verdadeiro copiloto.
Graças à sua nova plataforma, a distância entre eixos é verdadeiramente generosa (quase três metros), o que permite um elevado espaço interior. Neste contacto estático, pudemos antecipar que viajar neste Audi deverá ser uma tarefa bastante cómoda. Em termos de qualidade, a primeira impressão é de elevada qualidade tanto no aspeto visual, como ao toque. Na porta do condutor existem uns novos comandos táteis, que só em condução conseguiremos saber se foi uma aposta ganha ou não.
Quanto a capacidades, contamos com 526l atrás da segunda fila de assentos, com a novidade a ser o surgimento de um “frunk”, que conta com 64l de capacidade, ideais para guardar os cabos de carregamento.
Três “sabores”, por enquanto…
Ainda que a bateria usada neste Q6 e-tron seja a mesma, com uma capacidade útil de 94,9kWh, existem três diferentes versões a nível de potências e tração.
A gama começa no e-tron 50, a única com tração traseira, com uma potência de 306cv (225kW). Este é o que tem a maior autonomia, que pode ir até aos 836km em ciclo urbano, ou 634km em ciclo misto. Em termos de performances, cumpre o arranque até aos 100km/h em 6,7s até atingir os 210km/h de velocidade máxima. Preço: 77.350€
Segue-se o 55 e-tron quattro, uma solução com quatro rodas motrizes para quem necessita de aderência extra. Aqui aumenta também a potência para os 388cv (285kW), sem penalizar muito a autonomia, que pode atingir os 788 em ciclo urbano ou 618km caso seja usado fora dela. A aceleração reduz o seu tempo para os 5,9s. A velocidade máxima é a mesma, 210km/h. Preço: 82.950€
O SQ6 é, por enquanto, o mais rápido dos Q6 e-tron. Dois motores, tração às quatro rodas e 490cv (360kW) de potência. A velocidade máxima ascende até aos 230km/h, enquanto tempo dos 0-100km/h diminui para os 4,4s. Podem-se esperar 772km em cidade e 596km em circuito misto. Preço: 97.820€
Para o futuro, irá ainda surgir o RSQ6 e-tron, que será o mais desportivo da gama Q6 e-tron.
Mas quanto a isso não sabemos, por enquanto, mais detalhes.
Resta falar do carregamento, que pode ser feito até uma velocidade máxima de 270kW. Assim, poderá ser possível carregar dos 10 aos 80% em apenas 21 minutos. Ou então, recuperar 260km em apenas 10 minutos, no caso do e-tron 50.
No final, a impressão geral foi muito positiva. É um novo capítulo para a família e-tron que completa em 2024, os seus cinco anos de existência. O Q6 e-tron “dá o salto”, e que não venha a ser o mais vendido – esse papel continuará a ser responsabilidade do Q4 e-tron – demonstra a capacidade da marca em conseguir implantar-se num “mundo totalmente eletrificado”, que em Portugal chegará mais cedo, com a marca que será já em 2030 que passará a ser exclusivamente elétrica, três anos antes do resto da Europa.
Nos próximos meses, traremos o Q6 e-tron a ensaio para partilhar tudo sobre este 100% elétrico da marca de Ingolstadt.