“O tradicional futurista”
Depois de um Teste Completo ao novo Peugeot E-3008, regressámos ao volante do SUV de segmento C da marca francesa para colocar à prova aquela que será a variante mais vendida, a (Mild) Hybrid de 136cv, uma solução que pretende ser para todos os gostos, querendo conquistar igualmente os clientes de soluções Diesel que ficam agora “órfãos” dessa oferta dentro da gama 3008.
Quais são as vantagens do Peugeot 3008 de 3ª geração?
Na sua terceira geração, o modelo da marca francesa voltou a revolucionar face à geração anterior que foi dona de um elevado sucesso. Este é uma jogada verdadeiramente arriscada, mas que quer ser igualmente um dos motivos de escolha por parte dos clientes, face aos seus rivais. E como pretende fazer isso? Oferecendo uma imagem “futurista”, tanto no exterior como no interior.
E podemos dizer que isso foi conseguido. No trânsito, o novo Peugeot 3008 destaca-se graças às suas linhas ousadas e ao seu perfil fastback, enquanto no interior eleva o i-cockpit para um outro patamar.
Para além disso, mesmo com a ausência de uma motorização Diesel, o Peugeot 3008 conta com uma gama com três diferentes tecnologias no que diz respeito às motorizações: Mild-Hybrid, PHEV e o 100% Elétrico, que já testámos, e que também ele conta com diferentes níveis de potências e dimensões de bateria.
Esse “futurismo” traz consigo pontos menos positivos?
Sim. Tudo o que é ousado traz consigo um risco extra. Em termos estéticos, tudo é subjetivo, mesmo acreditando que não afastará os seus potenciais clientes. Mas no interior, existem alguns detalhes de ergonomia que mereciam ter sido mais bem pensados por parte dos engenheiros da marca francesa, de forma a oferecer uma melhor experiência a bordo, assim como uma melhor utilização no dia-a-dia. Mais ainda num automóvel que deve ser prático, algo que é um dos pontos mais importantes num SUV deste segmento.
Se a nível tecnológico o novo 3008 deu um “salto” face à anterior geração, os seus comandos no volante nem sempre respondem tão bem quanto desejamos, assim como o sistema multimédia de nova geração, que ainda necessita de alguma “afinação”, já que revelou alguma lentidão no tempo de resposta.
E só mais um detalhe: para pessoas de mais baixa estatura, a operação de abertura e fecho da bagageira não se revelou prática. Se for esse o caso, o opcional de abertura e fecho elétrico é um “must have”, o que obriga a “dar o salto” para a versão GT, ainda mais dotada de equipamento.
E o sistema híbrido é capaz de “puxar” todo este SUV?
Sim. Não é um “sprinter”, não tem performances alucinantes, mas serve para a vida polivalente que este modelo francês deverá ter ao longo da sua vida.
Este sistema permite que se circulem alguns quilómetros sem gastar uma gota de gasolina, enquanto a transmissão automática agora com seis relações e de dupla-embraiagem, revela-se suave, principalmente quando adotamos um estilo de condução calmo.
Quando se pretende alguma “emoção”, existem as patilhas de seleção para um controlo manual, algo que no E-3008 está reservado para gerir a quantidade de regeneração desejada. Esta suavidade extra é mais notória em cidade e a baixas velocidades, assim como nas manobras. Este auxilio elétrico volta a destacar-se em alturas de maior necessidade de entrega de potência, como em ultrapassagens ou nos arranques.
É poupado o suficiente para os clientes Diesel?
É suficientemente poupado. Comparativamente com o anterior 1.2 PureTech de 130cv, este consegue ter um consumo mais comedido, sobretudo em circuito urbano graças ao uso do motor elétrico. No nosso percurso de teste, conseguiu uma média combinada de 6,3l/100km. No entanto poderá não ser suficiente para agradar os clientes Diesel. No entanto esses têm sempre a variante PHEV, o que já era por muitos o eleito (maioritariamente pelos clientes empresariais).
Portanto o cliente particular ficou a ganhar, já quem termos de preço o Mild-Hybrid é mais barato que o anterior 3008 BlueHDi, sem pedir em troca muito mais combustível.
Será este Peugeot 3008 Hybrid o automóvel ideal para mim?
A receita pode ter mudado, mas o Peugeot 3008 tem ingredientes para continuar a ser uma referência no seu segmento, principalmente para quem procura a diferença. O exterior consegue ser futurista, enquanto o interior acompanha com uma dose elevada de tecnologia.
Se a adaptação a esse modernismo for fácil, é uma boa solução. O Mild Hybrid, disponível desde 34.400€, é também o indicado para quem ainda não pode ter o elétrico, mas também por ser 10.750€ mais acessível, ou não tem, de todo, um ponto de carregamento em casa ou no trabalho para a versão Plug-in que é quase 9 mil euros mais cara que este Hybrid.
