“Continua a ser a solução?”
Um dos pioneiros, se não mesmo o pioneiro no que diz respeito a Crossover urbanos, o Qashqai continua com uma forte presença no mercado nacional, tendo conseguindo estar presente no TOP 20 nacional no ano de 2024. Este Nissan foi recentemente renovado para conseguir estar nos lugares cimeiros.
Em teste com a motorização gasolina, ligeiramente eletrificada DIG-T com 140cv e transmissão manual.
O que fez com que o Qashqai fosse um sucesso tão grande?
Estávamos em 2007 quando a Nissan lançou no mercado o Qashqai, uma proposta diferente do que poderíamos encontrar até então. Com uma vasta herança nos 4×4 “puros e duros”, o Qashqai queria conquistar um público mais vasto, que procurava uma imagem aventureira, num automóvel prático para o dia-a-dia, com uma condução fácil e baixos custos de utilização. Também foi um dos “produtos-chave” após a aliança com a Renault, em 1999, que lhe permitiu uma maior oferta de motorizações.
O resto é história. Três gerações e vários anos a ultrapassar a barreira das 100.000 ou até 200.000 unidades comercializadas por ano.
O que mudou no renovado Qashqai?
Nesta mais recente geração, apresentada em 2021, as maiores mudanças estéticas encontram-se na dianteira, que segundo a construtora se inspiram na máscara de um samurai. Os grupos óticos foram totalmente redesenhados e estão parcialmente integrados na generosa grelha, com a inclusão de iluminação dinâmica para assinalar a mudança de direção. O para-choques conta também, como era esperado, com um novo desenho, que pretende oferecer uma maior sensação de dinamismo.
Na lateral as diferenças são encontradas pelas jantes, que contam com novos desenhos, assim como novas cores, como é o caso desta Deep Ocean. Na secção traseira, o maior ponto de destaque vai mais uma vez para os elementos luminosos, que contam agora com um acabamento translúcido, assim como para-choques revistos.
No interior existiram alterações nos materiais, principalmente na secção superior que pode ser agora revestida em Alcantara, assim como novos bancos. O sistema multimédia foi também alvo de melhoramentos.
Quais são as suas principais vantagens?
O Nissan Qashqai continua a ser fiel à sua filosofia, embora agora a sua concorrência seja bem mais vasta do que quando este nome apareceu no mercado.
No entanto, o modelo continua a oferecer um espaço interior aceitável, com uma boa ergonomia, que une a digitalização “obrigatória” na indústria, com um uso ainda bastante vasto de botões, nomeadamente para a climatização. A posição de condução elevada confere a tão desejada sensação de conduzir um automóvel mais aventureiro, ainda que seja verdadeiramente focado para uma vida maioritariamente em pisos planos, como o asfalto.
A bagageira conta com uma boa capacidade, graças aos seus 504l, contando ainda com um fundo que permite dividir a carga.
Este motor é suficiente (e é a escolha certa) para este Nissan?
Sim, é. Com 140cv e um binário máximo de 240Nm numa faixa de utilização ampla (1650 às 4000rpm), consegue animar sem problemas este Nissan, com um peso de pouco mais de 1400kg. No entanto, este propulsor não é o mais poupado face aos seus rivais, sendo normal o seu consumo rondar os 8l/100km.
A transmissão manual está bem escalonada, mas não tem o tato mais agradável. Portanto, se conseguir adicionar mais 2800€, a transmissão Xtronic traz consigo 18cv extra e mais tranquilidade. Se o “budget” for maior, por 41.000€ (para este nível Evolve), o E-Power com 190cv é o claro vencedor, aliando uma maior potência a um menor consumo.
Será este Nissan Qashqai o automóvel ideal para mim?
Ainda pode ser. Mas, mesmo que esta terceira geração seja, sem dúvida, a melhor da história do modelo, o crescimento em quantidade dos seus rivais tornou a vida mais difícil para aquele que era, para muitos, o favorito quando se pensava num Crossover de segmento C.
No entanto, não se pode apontar o dedo a uma proposta que oferece um estilo exterior que agrada a muitos, um interior que está agora mais agradável e é fácil de utilizar, assim como uma experiência de condução isenta de falhas.
E isso, o isento de falhas, é um pouco o espelho do que este Qashqai tem sido: uma receita que não nos deixa deliciados, mas que também não nos faz passar rapidamente para a sobremesa e para o café.
