
“Pragmático”
Este pode ser um daqueles automóveis que não “enche o olho”, mas a verdade é que o Škoda Scala é um dos produtos mais racionais do seu segmento, ao oferecer tudo o que mais podemos necessitar num pequeno familiar. O modelo foi levemente revisto para a sua “segunda metade de vida” e nós passámos uns dias com ele, para o colocar à prova com a sua motorização de “combate”, o 1.0 TSI com 116cv e transmissão manual.
Este modelo posiciona-se no segmento C, acima do Fabia, fazendo “equipa” com o Octavia, que conta com dois estilos de carroçaria, uma berlina e uma solução carrinha mais familiar, cerca de 33cm mais longos que este modelo em teste. O Scala, conta assim com um estilo Hatchback mais tradicional, fazendo com que a marca Checa seja, atualmente, uma das mais abrangentes neste importante segmento.
Esteticamente o Scala é facilmente reconhecível como uma criação da marca, sendo dono de um design sóbrio, mas cuidado, conjugando igualmente alguma desportividade, já que este modelo foi inspirado originalmente pelo concept Vision RS. As diferenças nesta renovação são, sobretudo, encontradas na secção dianteira que conta agora com um novo para-choques dianteiro, com um maior cuidado com a aerodinâmica, de forma a melhor canalizar o ar. Os faróis foram igualmente revistos, estando agora mais finos, incluindo também uma nova assinatura luminosa.
Disponível de série com jantes de 16’’ polegadas, o Scala pode contar com jantes de 17’’ (como na unidade presente, existindo ainda mais estilos à escolha) ou 18’’ polegadas, o que faz muito pela sua imagem exterior. Na traseira é o portão da bagageira que mais se destaca, com o novo lettering da marca que integra o “gigante” grupo Volkswagen.
O interior conta com um bom espaço e organização, garantindo uma boa ergonomia e facilidade de utilização. Os materiais estão bem ajustados face ao seu preço (e segmento), bem como a montagem. O Design Selection Lodge é um opcional que por pouco mais de 400€, aumenta a sensação de qualidade a bordo.
O espaço atrás é uma das grandes vantagens deste modelo, conseguido acomodar confortavelmente dois adultos e sem muita dificuldade três. Existem tomadas USB-C, assim como uma saída de ventilação dedicada. A bagageira apresenta uns generosos 467l de capacidade, onde cabe também uma roda suplente de emergência.
Em termos de motorizações, a gama Scala conta com um só bloco, o 1.0 TSI com 95 ou 116cv, o primeiro está só disponível com transmissão manual de cinco velocidades, com o segundo a ter duas opções: manual de seis velocidades (como a unidade em teste) ou DSG de sete relações. A diferença de preço entre motorizações é de pouco mais de 500€ se compararmos as versões de transmissão manual, pelo que a de 116cv é bastante mais apetecível.
Este motor consegue “animar” o Scala sem problemas, não se notando submotorizado, com a caixa manual a contar com um escalonamento polivalente, ou seja, pensado para uma condução expedita em cidade, mas com uma sexta mais longa para manter os consumos reduzidos em autoestrada.
Dinamicamente o modelo revela-se ágil graças a um peso relativamente comedido (1216kg). A suspensão conta com um ajuste que permite oferecer conforto aos passageiros, mesmo quando o piso não está no melhor estado, algo que também é uma ajuda das jantes de 17’’ polegadas, a dimensão mais “ajustada” tendo em conta as pretensões de um automóvel deste tipo.
Em conclusão, o Škoda Scala é tudo o que se pode pretender de um automóvel familiar médio, que ajuda a dar o “salto” para o segmento C. O lógico é escolher esta versão de 116cv e transmissão manual, para manter um custo mais comedido, para não “correr o risco” de se aproximar muito do Octavia. O Scala é bem equipado, confortável de viajar e de conduzir, assim como é bem ajustado a nível de consumos.
Como dissemos acima, não vai “encher o olho”, mas tem todos os “ingredientes” necessários para que não nos deixe ficar mal.