
“Tradicionalismo nipónico”
Esta é a nova geração do Swift, para a Suzuki esta é a quarta geração do modelo desde que se tornou global. A marca nipónica não revolucionou o modelo, optando antes por seguir o caminho seguro da evolução, dotando o pequeno utilitário de mais tecnologia, assim como um novo motor que tem como principal objetivo uma maior poupança.
Por fora, o Swift continua a ser reconhecido como tal, contando agora com um design evolutivo – e um pouco mais sóbrio – respeitando a imagem que este modelo tem vindo a criar. No entanto, a linha de cintura está agora mais demarcada, surgindo desde o capot que é também o responsável pelo o inicio das óticas que contam com um novo formato e que estão numa posição mais superior. A grelha está mais generosa nas suas dimensões, que é o principal motivo de destaque na dianteira.
A secção lateral é aquela que surge mais idêntica à anterior geração, embora o Swift pareça agora mais “crescido”, algo que a fita métrica confirma, mas por pouco. O modelo está apenas 1,5cm mais comprido, o que não impressiona já que a plataforma é a mesma daquela estreada na anterior geração. E nada contra isso.
Atrás, o Swift não é tão inspirado, mas não conta com um desenho que afaste potenciais clientes. Os farolins induzem uma sensação de maior largura, num local que conta com precisamente as mesmas medidas da anterior geração em altura, largura e distância entre eixos. As jantes de 16’’ polegadas preenchem bem as cavas, são de série nesta versão, podendo o cliente escolher entre 9 diferentes tons para a carroçaria, que podem (ou não) ter tejadilhos em cores de contraste.
Passando para o interior, o novo Suzuki Swift não nos vai deixar boquiabertos, já que é bastante tradicional na sua apresentação. No entanto, o tablier surge totalmente renovado, com o ecrã do novo sistema multimédia (de série em todas as versões) a estar agora posicionado numa posição mais elevada, contando com uma dimensão de 9’’ polegadas, mais 2’’ polegadas do que anteriormente.
Embora existam elementos onde a ergonomia poderia ser melhorada (como a posição dos comandos do aquecimento dos bancos), o Swift conta com muitos comandos físicos, o que será do gosto de um cliente mais tradicional e que, na verdade, continua a ser a solução mais prática. Porém, o comando do volume só pode ser feito no volante ou através de um comando touch no ecrã multimédia, só faltava uma “rodinha” para ser perfeito.
A posição de condução é boa, com a coluna de direção a permitir ajuste em altura e profundidade. Os bancos são suficientemente confortáveis e até aparentam ter um bom apoio, mas são um pouco moles nas laterais, o que se fará sentir nas curvas.
Este Suzuki, como também poderão ver mais à frente, conta com um preço competitivo. Se o equipamento de série é muito completo (cruise-control adaptativo, bancos aquecidos, faróis LED, estação de carregamento por indução, acesso e arranque mãos livres, camara de estacionamento…), a poupança tem que vir de outro lado. Portanto é de esperar que todos os painéis do interior são em plástico rijo, o que não é tão agradável ao toque, mas que poderá ganhar no teste dos anos, já que a montagem parece estar num bom nível.
Quanto ao espaço para os ocupantes traseiros, esse é algo limitado (os 3,86m no exterior não fazem milagres), sendo ideal apenas para dois adultos viajarem ao mesmo tempo. Aqui sentimos igualmente a falta de bolsas nas costas dos assentos dianteiros. Quanto à bagageira, essa conta com 265l (sem alterações face a anterior geração), estando em linha com os concorrentes de dimensões mais comedidas como as apresentadas por este Suzuki.
Ao volante
O novo Swift conta com uma importante diferença: um novo propulsor que anima toda a gama, o 1.2 com arquitetura de três cilindros e tecnologia Mild-Hybrid. A potência é de 83cv e o binário está mais elevado, atingindo agora 112Nm.
Em termos de sonoridade, este tricilíndrico faz-se sentir mais no habitáculo, embora não conte com um som desagradável, com a transmissão de cinco velocidades está bem escalonada. No que diz respeito ao andamento, este consegue cumprir, já que mesmo que conte com uma potência “sub-90cv”, o seu peso está abaixo dos 1000kg, o que lhe permite responder bem quando solicitado.
Dinamicamente, o Swift conta como principal vantagem a sua direção, que nos pareceu direta e com uma assistência suficiente, assim como os comandos, que contam com um peso e tato correto. Tudo isso ajuda a uma boa agilidade em cidade e não só, já que o seu peso pluma de 994kg ajuda a isso. Apenas o amortecimento se revelou algo firme quando circulamos em mau piso.
O seu baixo peso contribui não só para uma dinâmica positiva, mas igualmente para um consumo de combustível comedido. Neste ensaio, o Swift conseguiu um valor de 5,2l/100km, não muito longe dos 4,7l/100km anunciados pela construtora japonesa.
Em jeito de conclusão, o Suzuki Swift é um automóvel honesto, no melhor sentido desta expressão. Pode não ter revolucionado o seu exterior, nem ter o interior mais emocionante do segmento, mas conta com um elevado nível de equipamento de série, assim como um baixo apetite por combustível. A sua condução é agradável e até divertida, contando no final com um preço competitivo que começa, com campanha, nos 18.608€, com esta versão mais equipada S3 a pedir em troca 22.252€, ou com campanha em vigor, 21.252€.